sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

E não é que chegou?

E já te olho em tão prazeroso encantamento que já nem mais assusta. Um assombro que corre por longe do peito, que figura como um rasgo no horizonte só pra se mostrar existente, mas que sequer se atreve a encostar: sabe que o momento é mágico.

A latência no peito já não é mais sinal de alerta.

Há tempos procuro racionalizar e traçar a fino bordo a linha que justifica as intenções nas relações. Fiquei anos perdida num labirinto em que, a princípio, por acreditar piamente no meu poder de localização e assegurar a mim mesma que naquele espaço-tempo o manejo era simples e lógico, dei muitas voltas em um mesmo quadrado vazio (mas repleto de informação) crendo que dali muitos frutos colhia e muita sabedoria - dessas que achava que já se nascia sabendo - perpetuava.

Quanta infantilidade.

Hoje acordo já sabendo que é dia novo e que de passo em passo o que chega em mim é autêntico. A vontade é seguir em frente, deixar os pés caminharem por si só e, mais uma vez, me levarem a um desconhecido tão positivo quanto o fizeram nessa última jornada. O sentido chega positivo, apesar das circunstâncias, muitas vezes pelo contexto local, sejam de negação.

E lá se foram duas semanas intensas de sol. Não caiu uma gota sobre mim.

Em acordar sou só sorrisos. Em dormir, só esperança. Em viver sou sonho. Em seguir tenho forças. Em repousar, a espera. Em caminhar, o sentido. Em viver, inquietude. Em esperar, esperança.

E ainda sigo assim. Mesmo que haja encalço te tempo e distância. Ainda sigo assim, de olhos que brilham e peito que brinca.