segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Sônia! Sônia!

Clandestinizei a potencialidade da saudação. Desacreditei na verdade que existe do correr atrás. Estigmatizei a vontade súbita de se dar em interio. Conclamei a ruptura com aquilo que de óbvio há. Desmenti o desejo de se ser o que se há. Escarneci das mão de flores e palavras que, de repetidas, tornaram amor. Malogrei na tentativa de aprender que é tudo assim mesmo. Encarei a face da vergonha com o mais orgulhoso dos olhares. Enfureci com a memória do retorno. Rearmei de pedras o peito já quase vazio.

Depois de tudo e no decorrer das passagens de existir, QUE VENHA A GUERRA!

sábado, 28 de novembro de 2009

The world isn't mine

"Eu Não Sou da Sua Rua
Marisa Monte

Eu não sou da sua rua,
Não sou o seu vizinho.
Eu moro muito longe, sozinho.
Estou aqui de passagem.

Eu não sou da sua rua,
Eu não falo a sua língua,
Minha vida é diferente da sua.
Estou aqui de passagem.
Esse mundo não é
Meu, esse mundo não é seu"


Já não sabe mais se acredita na pequenez do mundo ou entende logo de uma vez que tudo passa. Se ouve a música dez vezes ou corta logo todos os fios que mantém o contato breve forte.

Tentou não se importar. Rasgou os lenços, apagou os riscos, emudeceu-se. Correu no sentido oposto o máximo que pôde. Mas, no fim, percebeu que máximo é ainda pouco. É preciso tornar-se sã. E salva.

Uma vida vazia de pensamentos vãos é o que quer. Mas cada passo que dá em direção ao lado oeste, o leste suga em mais uma das pequenas e quase imperceptíveis demonstrações de afeto. Então retorna.

Estaca zero. Como se tudo fosse ontem.

Origina novas formas de pensar o já pensado, novos sonhos de sonhar o já sonhado e novas perspectivas de olhar o já olhado. É,em princípio, proveitoso. Mas gasta horas, dias, semanas. Gasta assim na espera do olhar - que de olhar verdadeiro é provável que nunca mais venha. E, no fim, contenta-se com meia palavra.

Assim, no sorriso, na expressão que alivia, no corpo que assenta. Vem então a memória do futuro: estarei de passagem. A diferença será que, enfim, acreditarei: esse mundo é meu.

Quanta bobagem.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

From nothing

From nothing the words came.
But nothing is something strange.
When nobody wants keep on things,
nothing.
But this kind of vanity makes me feel
I'm not as wheel.
I can change on my way.
Any words I stray.

From nothing everything comes.

And I want that all.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Dias amor, horas ódio.

Ando misturando os sentidos. Cada tempo - pequeno tempo - é uma razão ou a sua própria falta.

Ando misturando os amigos. Cada hora - pouca hora - é um desperdício ou uma abundância de alegrias.

Ando misturando as libidos. Cada noite - parte clara - é uma dor ou o mais completo dos prazeres.

Ando misturando em ambíguo. Cada dia - o vermelho dele - é um velho ou o mais novo dos amores.

Ando misturando as bebidas. Cada uma - a composição dela - é uma amiga em que posso confiar. Sem medo.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

FastAsYouCan

Never before had a feeling like this. So fast, so easy, nonstop. But everything must be stopped.

I used to blame the time. But it's not time, discovered. Blame the words and, sometimes, distance.

First I thought that anything could be done. Now, not so longer, I can. Just don't want.

Some words are quite stupid - even those which didn't pass itself off for.

You know, it upsets indeed. But if you ask her, I'm pretty sure she'll say yes. Unconditionaly.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

AntesQueODiaAmanheça

Daquilo que gosto muito:

1 - Entender o significado das coisas;
2 - Discordar do significado das coisas;
3 - Céu da noite quente - porque é roxo, não preto.

Não que disponha de muito tempo pra isso. Do que é bom. Nem que predisponha todo esse - mesmo quando tem. A verdade é que é bom mesmo gostar quando se olha e entende bem pouquinho, assim, en passant.

Já por vezes (muitas vezes e ainda) julguei difícil a relação do desconhecido. Em verdade, quando julgo, não me vejo. E é assim, esse julgar de discordar e achar bonito o ato, mas nem sempre aceitar como verdadeiro. O problema é que, quando vê, o conselho foi aceito e a atitude entendida como de extrema inteligência do saber viver.

Tudo isso assim: de passagem.

Então começam essas noites em claro - o que, diga-se (de novo) de passagem , nada teria de ruim não fossem os dias que insistem em ser claros e que, quando daquela insitência absoluta do corpo quente, do céu laranja e do afã infantil que movimenta todo o resto do mundo, conseguem me convencer de que dia é pra ser realmente vivido. Mas aí vêm essas saídas noturnas repletas de desflexão e falta de atenção que gera os pequeninos fragmentos de beleza e que, caso tenha alguma sorte (e dia mais claro que a rouxidão maravilhosa da noite) permanecerão por mais algum tempinho dentro do peito - até, é claro, irem se esgarça,do, rasgando, empoeirando, desfragmentando...

Mas que se deixem! Outras noites roxas, rosas, vermelhas, verda-cor-de-piscina e, quem sabe ainda com os laranjas dos dias mais bonitos, ainda virão.

Mas o que eu quero mais e agora é mesmo viver. Assim, entendendo exatamente esse significado e passando a diante o mais rápido possível.

Antes que o dia amanheça.