sábado, 16 de abril de 2011

What's the matter with you, rock?

Acho mesmo que acabou a paz. E não é de hoje - muito menos por hoje. Chegou num ponto em que o momento é de assumir, não mais reprimir. Não é de fala aberta ou olhar impassível, mas de peito e corpo. Em pedaços não multiplicáveis - porque já existe muita soma - que devem se organizar em métodos novos de arranjos. É um momento de recolocar os pontos sem o receio da emoção.

Mas é impossível não racionalizar o amor. Não de tese, método e conclusão. Não é assim. É uma razão organizacional que, infelizmente ou não, burocratiza o processo.

É então que chego num ponto: existem os momentos da poesia, do prazer na dor e do olhar sem enxergar, ouvir sem escutar, falar sem conversar. E são momentos que estão no limite dos pólos de organização. Sim, porque nesse momento só o que constam de pastas arquivais são "positivos" e "negativos". Não que sejam bons ou maus. São apenas pontos.

Mas é que no meio desse processo, quando tudo parece bem, surgem dúvidas sobre onde colocar o que. Aí me pego sentada em frente a duas pastas imensas e entulhadas e mais uma porção de sentimento pra guardar. Sento neles, desempilho num movimento mais brusco de corpo inquieto de quem não enxerga o esperado fim e, de preguiça, adormeço.

Acordo e está tudo amassado. Alguns rasgaram.

- Tudo bem, não gosto mesmo de arrumar nada.

Mas é então que volto pro começo: paz acabou. E não é mesmo de hoje. E, se não é de arranjos, de que será?

Estou jogando fora, já que organizar não me serve mais.

Mas então que vejo: guardo a caixa para rascunhos. E, apesar de nem sempre estarem os sentidos em branco, nem amassados nem rasgados eles estão. É o lixo de coleta seletiva.

Já não tem mais como recomeçar. desespero.