Mas é impossível não racionalizar o amor. Não de tese, método e conclusão. Não é assim. É uma razão organizacional que, infelizmente ou não, burocratiza o processo.
É então que chego num ponto: existem os momentos da poesia, do prazer na dor e do olhar sem enxergar, ouvir sem escutar, falar sem conversar. E são momentos que estão no limite dos pólos de organização. Sim, porque nesse momento só o que constam de pastas arquivais são "positivos" e "negativos". Não que sejam bons ou maus. São apenas pontos.
Mas é que no meio desse processo, quando tudo parece bem, surgem dúvidas sobre onde colocar o que. Aí me pego sentada em frente a duas pastas imensas e entulhadas e mais uma porção de sentimento pra guardar. Sento neles, desempilho num movimento mais brusco de corpo inquieto de quem não enxerga o esperado fim e, de preguiça, adormeço.
Acordo e está tudo amassado. Alguns rasgaram.
- Tudo bem, não gosto mesmo de arrumar nada.
Mas é então que volto pro começo: paz acabou. E não é mesmo de hoje. E, se não é de arranjos, de que será?
Estou jogando fora, já que organizar não me serve mais.
Mas então que vejo: guardo a caixa para rascunhos. E, apesar de nem sempre estarem os sentidos em branco, nem amassados nem rasgados eles estão. É o lixo de coleta seletiva.
Já não tem mais como recomeçar. desespero.
Nenhum comentário:
Postar um comentário