quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Smells like... good!

Começou assim pequeno, como quem não quer nada. Foi chegando devagar, até meio despercebido e causando mesmo um certo desconforto. Aproximou, tocou a pele de leve. Disfarcei e afastei com a mão. Mas insistiu. Dei uma outra afastada de leve. Isistiu mais. Desisti: o toque era bom.

Foi pensando assim e falando assado, como quem não tem nada de mais pra dizer. Recuei - já que de tudo que tentava a importância era válida. Continuou em miúdo e crescente. Fui cedendo: a falta de importância trazia leveza.

Afastando foi o começo, como quem mostra cansaço. Foi sumindo sem palavras, no meio da imensidão do mundo. Titubeei. Continuou o passo leve e longe. Fui correndo em direção como quem não quer perder a hora. E voltou.

De repente, uma mistura singular de sentidos e um sopetão: tá, vamos juntos. Aceitamos, corremos em corrente, grudamos. Corpos envoltos em tentativa de não sentido, forças brutas de racionalismos aparentes, correnteza forte de vontade maior que pensamento.

Nos jogamos, por fim, no abismo infinito da humanidade sem fronteiras; pensei. Mas, agora, acredito que sozinha foi que joguei.

E o que sobra agora são as poucas falas e o cheiro tardio do ônibus de dia nebuloso. E, por sinal, smells good.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Living in a box

No meio dos vãos, entre portões. Inside out.
Rememórias de crença futura. All in one.
Comunicado de que falta esperança. Pass by me.
Não vivência do que de maior há. On a way.
Marcação que cessa a vitória. On the other hand.
Passo e outro largo em direção à inquietação. Inside in.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Sônia! Sônia!

Clandestinizei a potencialidade da saudação. Desacreditei na verdade que existe do correr atrás. Estigmatizei a vontade súbita de se dar em interio. Conclamei a ruptura com aquilo que de óbvio há. Desmenti o desejo de se ser o que se há. Escarneci das mão de flores e palavras que, de repetidas, tornaram amor. Malogrei na tentativa de aprender que é tudo assim mesmo. Encarei a face da vergonha com o mais orgulhoso dos olhares. Enfureci com a memória do retorno. Rearmei de pedras o peito já quase vazio.

Depois de tudo e no decorrer das passagens de existir, QUE VENHA A GUERRA!

sábado, 28 de novembro de 2009

The world isn't mine

"Eu Não Sou da Sua Rua
Marisa Monte

Eu não sou da sua rua,
Não sou o seu vizinho.
Eu moro muito longe, sozinho.
Estou aqui de passagem.

Eu não sou da sua rua,
Eu não falo a sua língua,
Minha vida é diferente da sua.
Estou aqui de passagem.
Esse mundo não é
Meu, esse mundo não é seu"


Já não sabe mais se acredita na pequenez do mundo ou entende logo de uma vez que tudo passa. Se ouve a música dez vezes ou corta logo todos os fios que mantém o contato breve forte.

Tentou não se importar. Rasgou os lenços, apagou os riscos, emudeceu-se. Correu no sentido oposto o máximo que pôde. Mas, no fim, percebeu que máximo é ainda pouco. É preciso tornar-se sã. E salva.

Uma vida vazia de pensamentos vãos é o que quer. Mas cada passo que dá em direção ao lado oeste, o leste suga em mais uma das pequenas e quase imperceptíveis demonstrações de afeto. Então retorna.

Estaca zero. Como se tudo fosse ontem.

Origina novas formas de pensar o já pensado, novos sonhos de sonhar o já sonhado e novas perspectivas de olhar o já olhado. É,em princípio, proveitoso. Mas gasta horas, dias, semanas. Gasta assim na espera do olhar - que de olhar verdadeiro é provável que nunca mais venha. E, no fim, contenta-se com meia palavra.

Assim, no sorriso, na expressão que alivia, no corpo que assenta. Vem então a memória do futuro: estarei de passagem. A diferença será que, enfim, acreditarei: esse mundo é meu.

Quanta bobagem.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

From nothing

From nothing the words came.
But nothing is something strange.
When nobody wants keep on things,
nothing.
But this kind of vanity makes me feel
I'm not as wheel.
I can change on my way.
Any words I stray.

From nothing everything comes.

And I want that all.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Dias amor, horas ódio.

Ando misturando os sentidos. Cada tempo - pequeno tempo - é uma razão ou a sua própria falta.

Ando misturando os amigos. Cada hora - pouca hora - é um desperdício ou uma abundância de alegrias.

Ando misturando as libidos. Cada noite - parte clara - é uma dor ou o mais completo dos prazeres.

Ando misturando em ambíguo. Cada dia - o vermelho dele - é um velho ou o mais novo dos amores.

Ando misturando as bebidas. Cada uma - a composição dela - é uma amiga em que posso confiar. Sem medo.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

FastAsYouCan

Never before had a feeling like this. So fast, so easy, nonstop. But everything must be stopped.

I used to blame the time. But it's not time, discovered. Blame the words and, sometimes, distance.

First I thought that anything could be done. Now, not so longer, I can. Just don't want.

Some words are quite stupid - even those which didn't pass itself off for.

You know, it upsets indeed. But if you ask her, I'm pretty sure she'll say yes. Unconditionaly.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

AntesQueODiaAmanheça

Daquilo que gosto muito:

1 - Entender o significado das coisas;
2 - Discordar do significado das coisas;
3 - Céu da noite quente - porque é roxo, não preto.

Não que disponha de muito tempo pra isso. Do que é bom. Nem que predisponha todo esse - mesmo quando tem. A verdade é que é bom mesmo gostar quando se olha e entende bem pouquinho, assim, en passant.

Já por vezes (muitas vezes e ainda) julguei difícil a relação do desconhecido. Em verdade, quando julgo, não me vejo. E é assim, esse julgar de discordar e achar bonito o ato, mas nem sempre aceitar como verdadeiro. O problema é que, quando vê, o conselho foi aceito e a atitude entendida como de extrema inteligência do saber viver.

Tudo isso assim: de passagem.

Então começam essas noites em claro - o que, diga-se (de novo) de passagem , nada teria de ruim não fossem os dias que insistem em ser claros e que, quando daquela insitência absoluta do corpo quente, do céu laranja e do afã infantil que movimenta todo o resto do mundo, conseguem me convencer de que dia é pra ser realmente vivido. Mas aí vêm essas saídas noturnas repletas de desflexão e falta de atenção que gera os pequeninos fragmentos de beleza e que, caso tenha alguma sorte (e dia mais claro que a rouxidão maravilhosa da noite) permanecerão por mais algum tempinho dentro do peito - até, é claro, irem se esgarça,do, rasgando, empoeirando, desfragmentando...

Mas que se deixem! Outras noites roxas, rosas, vermelhas, verda-cor-de-piscina e, quem sabe ainda com os laranjas dos dias mais bonitos, ainda virão.

Mas o que eu quero mais e agora é mesmo viver. Assim, entendendo exatamente esse significado e passando a diante o mais rápido possível.

Antes que o dia amanheça.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

"Por que Você Faz Cinema?
Adriana Calcanhotto

Para chatear os imbecis, para não ser aplaudido depois de seqüências
dó de peito, para viver a beira do abismo, para correr o risco de ser
desmascarado pelo grande público, para que conhecidos e
desconhecidos se deliciem, para que os justos e os bons ganhem
dinheiro, sobretudo eu mesmo, porque de outro jeito a vida não vale
a pena, para ver e mostrar o nunca visto, o bem e o mal, o feio e o
bonito, porque vi "simão no deserto", para insultar os arrogantes e
poderosos quando ficam como "cachorros dentro d'água" no escuro
do cinema para ser lesado em meus direitos autorais."

Foi a letra. Mas também a forma. Não sou cega, não sou surda. Talvez um pouco muda. Algumas tentativas de não sucumbir à dor de perder uma paixão. No entanto, sou do tipo que se apaixona e desapaixona todo dia. O problema é que a apixão aqui tenta ser racional e, quando se perde numa dessas tpm's loucas da vida, deixa umas feridas tão grandes que nunca consigo imaginá-las cicatrizes. Mas a verdade é que sempre viram - mesmo que daquelas que dão pontadas quando muda o tempo (noat: rio de janeiro tem tempo instável).

Ia começar hoje com paixões. Comecei com músicas. Ia começar hoje toda paragrafada. Comecei kerouaquiana. Ia começar hoje cheia de coerência. Já comecei me perdendo.

Cansei das repetições. O problema é que elas nunca cessam.

Minha vida é de ciclos que se cruzam de sete em sete anos.

Que merda.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

उमा Lenda

Hoje eu vi três peixes.

Um cantava.
Um dançava.
Um nadava.

Hoje eu vi três peixes.

De manhã.
De tarde.
De noite.

Hoje eu vi três peixes.

Sem vergonha.
Sem censura.
Sem rumo.

Hoje eu vi três peixes.

Vermelho, que cantava de manhã sem vergonha.
Azul, que dançava de tarde sem censura.
Rosa, que nadava de noite sem rumo.

Hoje eu vi três peixes.

Tão assim assim que de nada me adiantaram na tentativa de embelezar o dia.

Mas é que hoje eu também vi a baleia grávida. Silenciosa, abrupta em seu peso leve, olhos brilhantes.

Na verdade, ela seguia o terceiro - que era peixe. Sem caminho a seguir, deixando rastro de anilina pelo mar. E saudava a todos, por vergonha da cor e do caminho sem destino e a impaciência de seu mestre.

Éque hoje eu vi três peixes.

Apenas um caiu no mar.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Na tentaiva de esmiuçar o que seria meia parede e meio contrastante, perdi. Todo o contato que seria de fácil agrado foi esquecido e tudo o mais só olhares frios e passíveis de nãos.

Pode ser a queda da casa. Ou do muro.

Mas, na tentativa secundária de não atender aos chamados daqueles que se debruçavam da janela só pra ver o que de certo poderia dali sair, achei. Uma resposta de momentos em que a gente só acha que a atenção está totalmente perdida. Mas é que se a gente olhar bem pra dentro, percebe que a atencção nunca se perde, desvia. Mas esse desviar nunca pode ser totalmente ruim (mesmo se causando morte). O desvio é aviso. Mas também, pouco importa.

Agora mesmo entendi que detalhamento é coisa porca. Quem entende?


ai, desisti no meio do caminho..
talvez outra madrugada volte.

o dia cinza não é dos bons.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Há ३ anos

"Hoje: Verossimilhança

Nos acordes dissonantes da fúria do peito que se reconstrói depois de forte tempestade passageira é que se redescobre o desencanto.

Durante alguns tempos andou em linha reta e a passos compassados. Cinqüenta e oito milhões de resquícios comprovantes de sua angústia eterna me fizeram pousar de anteolhos sob suas não perspectivas. Os mesmos me fizeram desacreditar que o que eu tinha em mãos era simplesmente o oxigênio sujo o qual estávamos todos acostumados a respirar.

Agora me postei. Em posição ereta, olhos que só seguiam o que estava acima do horizonte e boca que não sentia mais nada do ardor fugaz de boca alheia e sem sentido. Me postei sim. Armada de todas as formas, munida de aparato de segurança e tentando fazer com que a respiração em compasso acelerado fizesse com que uma maior parcela de oxigênio não tão poluído fizesse com que a sagacidade fosse mais aparente e produtiva.

E foi. Sete vezes foi.

Desde então você e seu jeito cambaleante começaram a me perseguir com as feridas mais que abertas, as pupilas mais que dilatadas, os cabelos mais que desgrenhados, as mãos mais que trêmulas e o corpo tão hialino que me fez baixar guarda e olhar para o mim em você como se isso fosse a maior demonstração de auto-conhecimento existente no cosmo.

Confesso: talvez tenha visto demais. Fantasiado demais. Alegado demais. Mas é que tudo ali me parecia tão transparente, tão portal, tão maior que eu que então pensei ser justo começar ali a jornada que acaba por fazer o humano se sentir um tanto maior do que é realmente; começaria ali a megalomania desenfreada e que se baseia na libertação do sentido ignaro por meio de golfadas léxicas.

E foi. De novo e novo. Tantas polissílabas neólogas jorravam, tantos sussurros gritados arrebentavam vísceras de tão súbitos que eram, tantas verdades começaram a se concretizar.

Pois então, parou na verdade. Parou. Estagnou.

A verdade é o elixir da falta de respeito. A verdade é a resposta de todos os males. É odiosa a verdade, mesmo que se mostre coberta por véu.

A minha verdade veio mascarada. Era assim uma máscara linda! Ornamentada de pedras não palpáveis, de tintas desconhecidas a olhos virgens e fitas cintilantes que tinham um balançar natural e que trabalhavam como se fossem elas as responsáveis pelo movimento do vento. Te reconheço que o desenho que preparei da verdade foi construído depois de muitos rascunhos, mas mesmo assim não deixou de ser menos que o esperado. Mesmo assim foi espontâneo.

E, sendo dessa máscara tão figurativa e caricatural, parece que despertou a sua criança – que diante de meus olhos esbodegados de tanta luz e movimento proveniente da máscara que cobria rosto – que começou a chorar e espernear com gritos estridentes que acabaram por me machucar ouvidos. Foi daquele tipo de criança cheia dos mimos e que não suportam a idéia de que outros podem fazer uso dos mesmos tipos de benefícios dela. Tipo de criança burra que não sabe nem expressar vontade por meio de semblante infantil: só o faz através dos tapas e chutes no ar.

Vendo então tamanha criança, resolvi deixar cair a máscara bela e mostrei só o rosto sereno. Esse rosto é dado às explicações e tem uma psique didática assustadora. Daí, rumo às explicações infindáveis e indissolutas que fazem olhos pregar pela não beleza de idéias; mas é que o rosto sabe que só assim criança grande aprende – mesmo que finja não entender por puro orgulho.

Então, depois de seu entendimento quase pleno os olhos meus se abarrotam de lágrimas e a cabeça pesa. E tudo porque decidi que seria você o meu alter ego.

Está certo. Confusão sempre esteve aqui presente. Afinal, o que seria de mim senão a inconformidade?"

Eu sobre mim em 21/07/2006 - http://www.fotolog.com.br/_manquedeprogres

वे एक्सेप्ट यू! ओने ऑफ़ उस!

Tudo o que tinha na caixa eram os bons restos. Decidiu então que de nada adiantaria se encaixado sem embrulho. Pegou três pedaços de papel.

Indecidiu.

Foi aí que resolveu sortear. Assim, num fechar de olhos tão apertado que doía. Sabe aquelas vezes que você quer apertar assim, tão forte a pálpebra que quando abre o mundo tá preto e/ou vermelho? Então.

Caiu na cama.

Uma dor de cabeça sem fim. Uma vontade de falar sem parar. E veio o vômito.

Regurgitou.

terça-feira, 17 de março de 2009

Fragmentos dos 14, 15, 16 (anos) e 20

É que tudo aquilo que adoro questionar (sim, às vezes - um aquase sempre - acontecem discussões intracerebrais) me caiu hoje como um balde de água fria. Assim, como a vergonha dos clichês e ditos populares. Assim como a repetição de palavras. Assim como o tentar ser poético em curtas frases. Assim como a tentativa rebuscamento sem propósito. Assim como a tentativa de blasé terminada em insucesso. Assim como a falta de vitórias. Assim como o não reconhecimento da perda. Assim como o excesso de tudo. Assim como a vontade de verborragia. Assim como a confusão de tudo.

Assim como todos.

As tatuagens de hoje criam imagens de virtuosidade. Os tatuados de hoje querem, em seu mundo passado e presente incompreendido, mostrar que não são os de ontem. O tatuar é ser certo num mundo de errados. Aí vem: quero ser assim, rebelde de desenho, inovador na roupa cara, inspirador nos acessórios, irrepreensível nas atitudes, político nas ideologias.

Assim como a vergonha que ando sentindo. Não sei se de mim ou daqueles que não gosto. Não sei de daquilo que não gosto naqueles que desgosto. Ou mesmo de mim.

Pronto, falei.

O samba já tá saindo de moda. Em alta agora tá o novo pseudo-rock. Vários shows. Divirtam-se.