sábado, 29 de novembro de 2008

Acordei ontem à noite num susto. Não daqueles pequeninos que te fazem respirar fundo, sorrir e voltar pro sono. Mas também não era do tipo pesadelo, dos que acabam com a noite.

Não.

Acordei ontem à noite num susto. Não daqueles que te fazem levantar, acordar os pais e dormir junto deles. Mas também não era do tipo isso passa, dos que retomam a noite.

Não.

Acordei ontem à noite num susto. Não daqueles que te fazem lembrar do dever, suar frio e começar o trabalho. Mas também não era do tipo mudança, das que pedem o andar pra frente.

Sim.

Acordei ontem à noite num susto. E até agora não sei o porquê.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

A um Amigo.

Porque já pensei demais antes de fazer. E foi assim um pensar de medo do conhecido - É, porque desagradar o conhecido é muito mais fácil do que perceber o desgosto mascarado pela boa educação do desconhecido.

Mas, liberta.

Já se foram quase três tempos.

Tudo bem que, do lado de cá, parece eterno. Engraçado que esse tempo, se contado em distância pouca, era quase nada.

Não que não valesse a pena a presença - que, por sinal, grande presença - mas é que a gente nunca sabe que falta a distância pode fazer sentir.

Não que seja só a distância - porque, desse modo, seria fácil o subterfúgio da amizade.

Não, não é. E a dificuldade de expressar é representante disso: do não saber explicar de onde isso tudo vem.

Vi suas fotos hoje. Tinha um olhar distante, mas feliz. De corpo, parecia bem. Uma beleza que, se vista há uns tempos, seria desapercebida.

De verdade me fez bem.

Lembrei dos tempos em que sonhávamos em cada pedaço de imagem - daquelas de vinte e quatro quadros por segundo mesmo - e queríamos que tudo aquilo ali pudesse ser realidade. Mas depois, num súbito de consciência, entendíamos que tudo parecia mesmo fantasia.

E gostávamos. E gostamos.

Não sei o que espero daquilo que vem, mas sei que é ainda mais vida do que foi. E olha que realmente foi.

E que saiba que me inspirou assim. Desde o início.