segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Outra vez mais eu queria escrever sobre sentidos que só eu sei, ou acho que sei. E ler com voz de quem sabe o que diz e sente o que se quer que sinta. De verdade, quero ser atriz. Não que já quisesse há dois minutos, há três anos ou uma década. Não. Mas é dessas coisas rápidas que passam pela cabeça - assim como a história da criação, o sentido da vida, a busca da felicidade, o encontro do amor, a beleza da morte, a sorrides de um sorriso, a verdade de um olhar, a agressividade de um balançar de mãos. É coisa que passa, mas de pouco fica.

Assim como ficam as ideias de querer mundo, de querer vida, de querer paz, de querer justiça. É coisa que passa, mas fica. Confesso que há tempos não consigo ler jornal. Pode ser preguiça, ou só desilusão. Todo dia tem uma morte. Pode não ser absoluta, mas é morte. ainda: morte coletiva. Numa repetição em ciclos de mortes, mortes iguais, mortes diárias, matutinas, na frente de todos os olhos. O problema é que os olhos já estão cansados, olhos de velho, que já precisam de ajuda pra ler de perto. Olhos que já perderam a lágrima e até mesmo aquele fervor de raiva. Não ficam mais vermelhos ou marejados. Esses olhos, que um dia já acreditaram ser o brilho coisa que se ganha, não que se é. E não que necessariamente a velhice seja por tempo, mas por vida. Uma falta dela. Não por tristeza, mas por desesperança. Todo dia eles leem e já começam descrentes.

Acho que tá na hora de mudar. Só um pouquinho.

This fear kills a heart

Never been reduced, never felt awkward, never seemed creepy, never tried hard, never chewed on foolishnesses, never got empty, or full. Never was real.

Always made multiples choices, always followed the right ways, always saved time and trouble, always caught all the chances. But always ran away on the right time.

Never told what should always be said. Always did what couldn't never be done. Have been reduced in multiple choices feeling awkward for follow the right ways even if seemed creepy, just to save time and trouble and don't be necessary to try hard and get all the chances looking like a fool and run away just to get full of emptiness on the right time just to pretend not to be real.

That's the point. Or the circle. Depends on distance (and what kind of).

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Arrepio irreparável

Todo dia acorda pensando em doar-se. Doar-se a quem, doar-se a que, doar-se ao qual. Sequer reage às questões não retóricas, - as que exigem explicação - apenas caminha. Passo e passo e já nem mais se importa se é paixão, orgulho ou vaidade. Acorda dia e dia, peito acalmando no passar, olhos ofuscando-se no perder, peito inchando no lembrar. E, não fosse peito, tudo que restaria era semblante de ilusão. Dessas perdidas imperdoáveis, irreparáveis, intransponíveis, irresponsáveis. Aquilo que jamais quis apareceu. E foi de uma importância espontânea, sem sentido e nem mesmo rancor. Apareceu num rasgo, pousou saudável e voou longe, como se nem tivesse pisado. E foi um toque. De leve, mas toque. E toque leve causa arrepio.