quinta-feira, 22 de outubro de 2009

"Por que Você Faz Cinema?
Adriana Calcanhotto

Para chatear os imbecis, para não ser aplaudido depois de seqüências
dó de peito, para viver a beira do abismo, para correr o risco de ser
desmascarado pelo grande público, para que conhecidos e
desconhecidos se deliciem, para que os justos e os bons ganhem
dinheiro, sobretudo eu mesmo, porque de outro jeito a vida não vale
a pena, para ver e mostrar o nunca visto, o bem e o mal, o feio e o
bonito, porque vi "simão no deserto", para insultar os arrogantes e
poderosos quando ficam como "cachorros dentro d'água" no escuro
do cinema para ser lesado em meus direitos autorais."

Foi a letra. Mas também a forma. Não sou cega, não sou surda. Talvez um pouco muda. Algumas tentativas de não sucumbir à dor de perder uma paixão. No entanto, sou do tipo que se apaixona e desapaixona todo dia. O problema é que a apixão aqui tenta ser racional e, quando se perde numa dessas tpm's loucas da vida, deixa umas feridas tão grandes que nunca consigo imaginá-las cicatrizes. Mas a verdade é que sempre viram - mesmo que daquelas que dão pontadas quando muda o tempo (noat: rio de janeiro tem tempo instável).

Ia começar hoje com paixões. Comecei com músicas. Ia começar hoje toda paragrafada. Comecei kerouaquiana. Ia começar hoje cheia de coerência. Já comecei me perdendo.

Cansei das repetições. O problema é que elas nunca cessam.

Minha vida é de ciclos que se cruzam de sete em sete anos.

Que merda.

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