Está aí um problema: o pedestal. Se digo que um é o e não o é um é porque sei exatamente o que quero dizer. E mais: se é em primeira pessoal desde já é porque não é de outro ou algum. Esse é de verdadeiro mim.
Acreditei que enfim fosse maior. Deslumbrei, reacendi, assustei, relutei. Mas foi de relutância mínima, já que a certeza de que finalmente era nova a fase que aproximava fazia parecer que qualquer tipo de decisão contra tornaria a beleza impossível. E, pra falar a verdade, do que mais gosto é feito de beleza e novidade. Num conjunto inseparável.
Não adianta. Qualquer resquício de passado, por mais bonito que seja, me assusta. E qualquer pedaço de novidade, se pouco bonita, me afasta.
Mas então cometo erros: acredito na beleza eterna. Etérea. E confundo o que é belo com o que é novo e acabo quase sempre acreditando que tudo vem assim num conjunto. E aí elevo, enlevo. Coloco tudo num patamar que vai acima da cabeça, arromba peito que se envergonha de ser aberto e cria escudo do mais duro metal, desfaz os laços de lembrança que insistiu um dia em fazer achando que a importância era máxima.
Então, no fim, sucumbo à vontade de um passado de que tanto fujo e acho feio mas que me aparece em novas formas com novos feitos. E recomeça o ciclo.
O pedestal já foi montado. O que falta é o que colocar nele.
2 comentários:
consigo me identificar muito com esse. não sei se isso é bom ou ruim.
pode ser bom. engraçado... esse foi o mais pessoal. você é eu?
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