quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

2 de fevereiro

Parece até ferrugem, mas é puro esquecimento. Porque quando o vento vai em popa a âncora perde peso e parece nem existir. Desfigura.

Houve dia desses (ou esses dias) muitas fábulas quase vividas e de merecimento a contar. Mas o fluxo é intenso e a correnteza não cessa. Mas pior mesmo é o vento, que soprando assim levinho nem deixa o sol queimar. E aí é isso: dia seguinte e pele em abrasão.

Há muito tempo que não olhamos pro mar. Assim dessas miradas fixas, de sonhos inconstantes e o desejo de além. Não que os sonhos não estejam e nem sejam fortes e encantadores. Na verdade, tá assim.

Começaria agora um discurso da saudade - aquele velho e eficiente - mas a verdade é que não tem. As condições estão favoráveis: a contemplar, a nadar e, até mesmo se quiser, a sumir. Não tem turbidez: hoje o mar é azul até no pé.

E a onda traz memórias que em segundos se vão: chegando alegram, partindo orgulham.

Hoje nem o céu vai levar o chão: no horizonte tátil os olhos fecham e deixam a água bater leve, brilhante e tranquila.

É que tá pra peixe, baleia e sereia.

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