quinta-feira, 17 de junho de 2010

Qual?

O estranho de se pensar em cor preferida é não saber exatamente em que esse gosto maior se aplica. Sempre digo vermelho. Não que seja a mais bonita a olhos ou mesmo sentidos. É forte. Me faz parecer alguém assim.

Não que não goste. Mas é difícil alguém admitir que a preferência está na paleta de tons pastéis. E, no entanto, se pensa na memória, o sépia é a cor do sentido, do real, do gosto mais bonito.

Aí vêm aqueles dos corações gelados. Os que me dizem sempre que a beleza está no roxo ou azul. Numa frieza triste - o que já assume um paradoxo real e complexo (que só usei porque dois x numa oração soam bem) - de quem se mostra em momento de reflexão. Mentira.

É engraçado que mesmo os tristes amantes da frieza têm seus momentos picos de alegria: a de se mostrar bipolar e complexo. Abruptamente adotam o laranja e o amarelo. Cores brutas. Só é deleite dos tristes porque faz os olhares sofrerem. Um amarelo na luz e pronto: sou a base do sofrimento alheio.

Não, vermelho não é bruto. Valente.
Marrom não é velho. Memória.
Roxo não é triste. Sádico.
Verde é até que cor. Limitado.

Eu ainda não sei que cor me apetece. Mas, dentre as opções, prefiro o valente. Me cura.

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