quinta-feira, 8 de julho de 2010

Da hora que deu por si

É que às vezes dá raiva. Raiva grande, abrupta, cruel, ilícita. Dessas raivas de gritar, rasgar, correr, bater. Uma raiva que não cabe, não mede, não mora. Uma raiva irracional.

Não que algum dia a raiva ande de mãos dadas com a razão, mas é não no sentido de paixão. É uma crescente múltipla de pensamentos vários sobre um ponto que sequer cabe pensar. Dessas raivas repentinas de sentidos vários e nenhum. Uma raiva de não saber.

É que às vezes dá medo. Medo forte, intrometido, revirado, desumano. Desses medos de tremer, observar, fugir, esconder. Um medo que fere, doi, assusta. Um medo incondicional.

Não que alguma vez o medo busque condições, mas é que busca subterfúgios. É uma base de corpo não sólido montada sobre uma pilha de rememórias inexistentes. Desses medos renegados e absorvidos. Um medo de refazer.

É que às vezes vem a histeria. Histeria alta, corrida, desmedida, interna. Dessas histerias de arrancar, pulsar, fruir, transcender. Uma histeria que quebra, corroi, ttransborda. Uma histeria arrebatadora.

Não que alguma forma a histeria passe dos limites do não, mas é que só chama atenção. É um chamariz de forma tensa numa ambiência de sentidos que se repetem. Dessas histerias caladas e difundidas. Uma histeria do saber.

É que às vezes vem o não. Não prisão, não concentimento, não conformação, não afirmação. Desses nãos que fazem crescer.

Assim espero.

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