terça-feira, 27 de julho de 2010

Já criou raizes

E nem é que tenha sido surpresa. Ao menos não das grandes. Muito menos das inéditas - já que num curto espaço de tempo todas as decepções pelas quais jamais achava ser possível passar vieram. E foi assim, numa passagem rápida, dolorosa e rodeada por escândalos.

Pelo menos dessa vez soube gritar. Não do grito incessante, trincado, agudo. Mas daquele sincero, amargo e racional. E entenda: amargura não é de todo ruim. É só força que bate pesada, numa quebra de expectativa, e depois adoça, gera a leveza.

Só que o trabalho chega na inconstância dessa leveza. É assim como se sentimento fosse coisa que se pode jogar pelo ar. E aí vai, levado pelo vento, numa cadência flutuante, num movimento entrecortado, num ziguezague impertinente. E entenda a força: incômodo.

Mas aí é que nem sabe mais de que modo agir. Compreende que a insistência é caminho chato, então pondera. Concorda que passividade é caminho burro, então ameaça corrida. E aí absorve a relatividade como caminho chave, então vacila. Um titubear desses que não ajuda. E os caminhos entrecortam-se todos.

É então que para e pensa: isso aqui está confuso. Escrito para dois destinos além do pessoal. E são destinos impossibilitados. Mas não da impossibilidade concreta do não amar, e sim do espaço e tempo. Cada tempo é um tempo, sabe. Mas o espaço é limitante cruel, abusivo, encrustado. Não que em todas as vias seja ele o problema. De modo algum - o segundo mora ao lado.

A questão é que os limites que impõe a si são barreiras intransponíveis. Ao menos enquanto acredita.

Um comentário:

Fantini disse...

eu penso nisso sempre: se já conhecemos outras tantas dimensões (26, da ultima vez que me atualizei) alem das quatro dimensões da realidade (tres de espaço e uma de tempo), e contando que tudo que vemos pode ser descrito em largura, comprimento e profundidade, então, para onde estão as outras dimensões?

foi então que cheguei a conclusão que elas não são visiveis e não cabem na realidade.