quinta-feira, 1 de abril de 2010

Dos sentidos

Porque é até engraçado pensar que a a negativa é, na verdade, prerrogativa de convencimento. Porque se se diz um não num momento em que se espera talvez, o desafio é lançado sem muito esforço e tudo que se tem que fazer é acreditar ou não no que se quer.

Mas eis que surge a desvantagem: quando não se quer o que se encontra. Quando de argumentos convincentes discurso de corpo oposto é composto. É então que a fraqueza aparece - uma vez que de esforço real nunca foi preciso e, portanto, a falta de exercício.

Se pegou lamuriando. Das lástimas que, à priori, acreditou jamais poder sentir. E mais: só era capaz de fazer sentir. Nunca para si, mas de si para o mundo. Um mundo que caiu repartido em dois corações e uma cobra. Agulhada venenosa.

Avançou sete passos e sentou de novo à mesa: não acreditou na dor do peito. Repensou e aliviou. Três segundos mais e o peito explodia tão forte que nem a força do mantra "tudo passa, tudo passará" conseguia aliviar. O que dizer então de parar. Jamais.

Descobriu então o que é sentimento forte e real. Um ciúme.

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